Menstruação: Quebrando Tabus
- Isabela Costa
- 23 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de mai.
Falar sobre menstruação é falar sobre saúde, dignidade e igualdade
Por: Isabela Costa
Há séculos e até nos tempos modernos, o assunto menstruação é retratado como um tema vergonhoso de se conversar, até mesmo com um profissional da saúde. Com esse pensamento em mente, muitas meninas e mulheres vivem na ignorância, adotando hábitos considerados perigosos para a sua saúde. Segundo a ginecologista Maria Clotilde Guimarães, isso pode levar à falta de prevenção de doenças ou à não constatação de uma gravidez em estágio inicial.
A doutora Maria afirma que a vergonha de conversar sobre o tema é mais comum entre pacientes mais velhas. Ela acredita que isso ocorra, provavelmente, devido à educação conservadora que essas mulheres receberam ao longo da vida. Essa falta de orientação pode causar sérios impactos: “Para as meninas, pode levar a não constatar uma gravidez na adolescência (levando à falta de um pré-natal adequado, que deve ser feito desde a fase inicial da gestação) e, nas mulheres mais velhas, à dor de uma vida toda com cólicas menstruais (que pode ser devido a uma endometriose, podendo ser tratada desde cedo, evitando as dores e a infertilidade futura).”
Outra consequência apontada pela ginecologista diz respeito à reposição hormonal na menopausa. “As mulheres de hoje têm informações erradas sobre a reposição hormonal, principalmente as mais velhas. Por falta de conhecimentos corretos, acham que reposição hormonal causa câncer – o que não é verdade – e sofrem uma vida toda sem tratar corretamente os hormônios na menopausa”, explica Maria Clotilde.
Diante de todos esses problemas causados pela falta de conhecimento sobre a menstruação, a médica orienta que o diálogo comece desde cedo. “As mães conversando e explicando desde cedo como tudo funciona e fazendo o acompanhamento com um(a) ginecologista, explicando claramente que tudo o que acontece é NORMAL, faz com que, desde cedo, percam a vergonha e o medo de falar o que sentem e pensam”, aconselha.
Além do papel da família, a escola também tem um papel essencial nesse processo. A implementação de uma educação sexual clara, científica e acessível pode ajudar a romper com os tabus e permitir que meninas entendam melhor o próprio corpo, suas necessidades e seus direitos. Professores preparados para lidar com o tema sem preconceitos tornam-se aliados importantes na promoção da saúde feminina.
É fundamental que a sociedade como um todo comece a tratar a menstruação como o que ela é: um processo natural e saudável. Desmistificar o ciclo menstrual e criar ambientes seguros para o diálogo são passos importantes para garantir que nenhuma menina ou mulher sofra em silêncio.
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Fico a vontade só com a minha mãe rs