Saúde Urológica: Uma Relação Marcada Por Desinformação e Medo
- Isabela Costa
- 17 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de mai.
A saúde urológica ainda é cercada de tabus. Conheça os desafios, mitos e a importância de um cuidado mais inclusivo e acolhedor
Por: Isabela Costa
A saúde urológica ainda é um tema cercado de tabus, especialmente quando se trata de homens homossexuais. Muitos enfrentam preconceitos e desinformação que dificultam o acesso a um atendimento médico adequado, acolhedor e livre de julgamentos.
A associação equivocada entre orientação sexual e determinadas doenças, aliada ao desconforto em ambientes clínicos despreparados para lidar com a diversidade, contribui para o afastamento desse público dos consultórios urológicos. O doutor Leonardo Ramos, médico urologista, destaca essas barreiras e reforça a importância de promover uma abordagem mais inclusiva, humana e eficaz na saúde.
Embora haja avanços na visibilidade da população LGBTQIA+ e em políticas de saúde inclusivas, ainda persiste uma resistência significativa entre homens gays em procurar um urologista. Essa relutância muitas vezes está relacionada a experiências anteriores de discriminação, ao receio de expor sua sexualidade e à ausência de profissionais capacitados para oferecer uma escuta sensível.

Soma-se a isso o tabu cultural que cerca exames como o toque retal, frequentemente associados de forma equivocada a uma ameaça à masculinidade. “O homem, em geral, tem uma resistência muito grande em procurar assistência, seja porque não quer parar de trabalhar, acha que não precisa de cuidados ou porque não tem a cultura do autoexame e da prevenção — algo mais comum entre o público feminino”, explica o urologista Leonardo Ramos.
Ele acrescenta: “Mas, especificamente, a população homossexual tem o receio de revelar sua orientação sexual e, a partir disso, sofrer algum tipo de preconceito. Muitas vezes, há uma resistência em dizer que se tem determinado tipo de relação, e por isso precisamos trabalhar muito o acolhimento”.
Entre os pacientes gays, ainda circulam diversos mitos que prejudicam a prevenção e o cuidado contínuo. Um dos mais comuns é acreditar que apenas quem apresenta sintomas deve procurar um urologista — quando, na verdade, a detecção precoce é essencial para identificar infecções, HPV, câncer de próstata e outras condições.
Outro equívoco frequente é tratar o exame de toque como algo "humilhante" ou vergonhoso, perpetuando ideias distorcidas sobre masculinidade. Além disso, é comum restringir a saúde urológica ao pênis e à próstata, quando, na realidade, ela envolve todo o sistema urinário e reprodutor masculino.
Enfrentar esses tabus exige uma transformação cultural que promova o conhecimento, o respeito à diversidade e o fortalecimento do autocuidado. Para isso, é fundamental que profissionais da saúde estejam preparados para oferecer um atendimento empático, seguro e inclusivo. Ao mesmo tempo, campanhas educativas voltadas ao público LGBTQIA+ devem reforçar a importância da prevenção como parte do bem-estar integral.
Promover uma nova cultura de cuidado — sem medo, vergonha ou julgamento — é um passo essencial para garantir mais saúde, dignidade e qualidade de vida a todos os homens, independentemente de sua orientação sexual.
O que mais te impediria de procurar um urologista?
Medo de Preconceito
Vergonha dos Exames
Nada me Impediria
Outros
Parabéns, prima😁
👍👍